O fantástico na Ilha de Santa Catarina
Segundo me contou um narrador de estórias de assombração, na Costa da Lagoa da Conceição morava, em anos que já vão longe de nós, um pescador que possuía várias embarcações para os serviços de pesca, entre as quais uma lancha baleeira. Tibúrcio era o nome do pescador. Era um homem muito trabalhador e cuidadoso. Tratava com carinho suas embarcações e equipamentos de pesca e mantinha sempre fechado a chave o rancho onde guardava a lancha baleeira.
O Custódio Damião era um pescador que, nos tempos memoráveis de antanho, residia na bela Praia do Matadeiro da Armação de Sant’Ana do Pântano do Sul. Certa ocasião, ele sugeriu aos seus camaradas redeiros fazerem uma pescaria nos mares da Lagoinha de Leste. Equipou sua canoa bordada com todos os apetrechos necessários e partiram para lá. Chegaram àquela praia por volta das nove horas da noite, embicaram a canoa, desembarcaram e junto, da relva praieira, acenderam um fogo “pra mo’ de” ferver a água e fazer um café cabeludo na chocolateira de folha de flandres, para tomá-lo com beiju e rosca de massa que haviam levado. Ao pé do fogo, conversa veio, conversa foi, até que o assunto chegou ao mundo sobrenatural da bruxaria.

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